domingo, 20 de abril de 2008

Criança outra vez.

Quando falei que nasci de novo não contava que ia ser tão fiel a essa expressão. Baby steps para quase tudo.

Comer é uma delas. Primeiro foram os líquidos e agora as coisas moles, amassadas, desfiadas e fáceis de comer. Como um bebê (que fofa eu).


Tudo com sabor de infância, sabor de cuidado de mãe. Tem sido uma grande experiência e
uma das partes mais agradáveis da recuperação.

Ando comendo coisas de crian
ça, mas o meu apetite continua como sempre, o de uma pessoa grande e faminta que gasta boa parte de seu tempo sonhando com comida.

O mundo de refeições de uma criança tem suas (muitas) delícias, co
isas que não sei por que abandonamos com o tempo. A dietinha é uma grande desculpa para eu comer o quanto quiser em papinhas da Nestlé. hummmm.

Gosto das de frutas apenas, as sopinhas não me pegam, com suas combina
ções muito estranhas elas não fazem nem cócegas no meu apetite. Mas é compreensível, são feitas para bebês e não para mulheres de 25 anos que estão em busca do sabor.

As papinhas doces. Adooooro. Por que a gente não continua
comendo coisas assim depois que cresce? Será que temos vergonha de comer direto daquele potinho fofo? Eu não sei a causa que me manteve distante dessas delícias mas fico feliz por ter voltado para elas. A titia promete não mais abandoná-los, potinhos lindos.

Minhas papinhas (foto), aposto que despertará vontade em
você.


Na minha dietinha não entram somente as papinhas da Nestlé. Minha mãe faz um prato lindo com banana amassada no microondas, açúcar e canela. Não fico um dia sem. Delicioso! Ela também acrescenta de vez em quando no cardápio creme de abacate. Minha mãe arrasa!

A experiência de ser criança outra vez nessa recuperação não está somente nas saborosas papinhas e coisas nutritivas. Essa semana, depois de muito tempo, fui ao Mc e pedi um lanche feliz.

Para as crianças, ir a uma lanchonete é um evento e para mim não foi diferente. Fiz questão do brinquedinho e tudo, o evento quase completo. Quase por que compramos do drive-thru.


Comi um Mc Molinho, o item mais adequado para minha dietinha, um cheeseburguer. Um e meio, na verdade. Me trouxe felicidade. Para mim, cheeseburguer tem o mesmo efeito que um chocolate, traz carinho e conforto.


Já levou uma criança ao Mc? Ela demora horas para comer uma caixinha de nuggets enquanto você, adulto formado com apetite voraz, em um piscar de olhos, come dois sanduíches, alguns nuggets da caixinha da criancinha (para ajudar, claro), batatinhas e um sundae com calda extra de caramelo (talvez eu tenha descrito um Mc pedido meu em dias de boa forma, talvez, you’ll never know). E foi assim, como uma criança, que comi meu cheeseburguer e meio, muito devagar e feliz por estar ali. Detalhe, comi com garfo e faca (é a única maneira que consigo no momento, sem graça, né?), isso explica o drive-thru.

A lentidão que preciso aplicar na hora da refeição vai diminuindo meu apetite e assim acabo comendo menos que o habitual. Segredo de toda a dieta para perder peso. Frustrante para uma pessoa que normalmente pede o cheeseburguer como acompanhamento do lanche de verdade mas, baby steps, eu voltarei à forma em breve. Apesar disso, meu evento foi muito bacana, me trouxe felicidade e um brinquedo.

Uma pausa: cheeseburguer do Mc não é suficiente para ticar o item Cheeseburguer da minha lista do Top 5. Não conta, é café-com-leite.


Nem tudo precisa ser de criança ao pé da letra, podemos fazer uma releitura do prato como fazem os chefs de cozinha. Ontem foi assim. Crianças adoram ir ao Habib’s assim como apreciam o Mc, o Burger King, o Bob’s e até mesmo o Girafas (esse preciso conferir um dia, o cheeseburguer com o que parece ser um omelete e bacon na propaganda me deixam com vontade. Se não for ovo naquilo, por favor, não estraguem minha fantasia), é o mesmo tipo de evento.

Eu adoro culinária árabe, mas a minha criança dessa recuperação não teve muita voz nesse episódio, eu não poderia encarar um Habib’s nesse momento frágil que me encontro. Peço desculpas aos apreciadores da rede e à minha criança interior. Releitura é o que chamei ontem, fazer um pedido de um restaurante árabe sério.

Minha releitura do evento Habib’s: uma esfiha de verdade de carne e outra de queijo (foto). Aproveitei a ocasião e encontrei meu velho amigo, o queijo derretido (again, o cheeseburger do Mc não conta) nunca fiquei tão longe assim dele. Queeeeeijo. Poderia ficar repetindo isso o dia todo: queeeeeeeeeeeeijo.

Apesar de delivery e nenhum brinquedo, para mim foi um grande evento, fiel às sensações de uma criança no Habib’s. Releitura com sucesso. Criança grande feliz. :-)

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