terça-feira, 15 de abril de 2008

Mood Food.

Podem me chamar de louca mas acredito (e muita gente concorda comigo) que o mood da pessoa afeta a comida na hora de cozinhar.

Braveza, ansiedade, tristeza, coisas ruins em geral são transmitidas para os indefesos ingredientes. Coitadinha da comida, não tem chance de ganhar um saborzinho com tanta energia ruim assim descarregada em cima dela. Acho um crime! Uma maldade!

Comida de mãe tem um sabor especial por que elas fazem com amor e as pessoas deviam fazer o mesmo. (oooops, me empolguei. Fiquei brega também, né? Vou me recompor).

Estava conversando com um amigo hoje e lembramos de uma certa “tia do salgado” que conhecemos (algumas pessoas saberão de quem estou falando. Vamos preservar o nome dela, please. Não quero que ela peca o negócio). Eu nunca provei o que a tia vende por que ela está sempre triste. É o tipo de pessoa que quando você pergunta educadamente “tudo bem?” ela responde “ah filha, tudo péssimo” e aí começa a destrinchar um problema, impressionante como ela tem um para cada dia do ano.

Muitos concordam que o salgado da tia tem tristeza, e eu alerto: isso pode passar para você.

É sério, nunca ouvi ninguém falar bem de nenhum item da cestinha dela. Assistia as pessoas comprando e comendo para preencher uma fominha da tarde, mas nada saboreado, apreciado ou elogiado. Apenas engolido. Isso prova minha teoria, tem tristeza naquilo!

Eu estendo o pensamento da mood food para a hora de servir a comida também. A tudo que cerca a comida, na verdade.

Na padaria em frente à minha casa tem uma garçonete que apelidei de “a pessoa que espalha o ódio na Terra”. Peço só o básico, um pão com manteiga, quando é ela que está servindo.

Tudo começa com o andar. Lento e sem vontade. A expressão é de muita raiva (sempre fico tentando adivinhar por que). Ela vira para você com nenhuma sutileza ou princípio de simpatia e diz “já pediu?”, tem vezes que escuto até um rosnar. Você corre para pedir logo e se ver livre da situação. Ela traz o prato. Se vier errado não reclame, não sei o que é capaz de fazer. A comida não tem o mesmo sabor quando ela está servindo (é sério, não é perseguição).

Acima, a descrição de um café-da-manhã que deveria ser longo e leve mas fica aterrorizado quando sou atendida pela garçonete do Chucky. O pior de tudo é que ela está grávida. Isso se reproduz! Affeee.

Mas existe salvação para isso. O mesmo pensamento serve para o contrário. Felicidade, bom-humor e bons pensamentos também afetam a comida e a tornam mais gostosa. Com sabor especial.

A melhor paella que já comi na vida foi feita ao som de James Taylor. Aquele senhorzinho com carinha de paz e amor e suas canções embaladinhas deixaram o jantar harmonioso e impressionantemente saboroso. Foi incrível!

Depois do problema de saúde e a recuperação, tudo para mim tem um gosto diferente e agora estou levando muito a sério a good mood food. Em todos os aspectos, cozinhar, saborear, servir. Na verdade estou tentando aplicar o good mood para quase tudo.


Façam um teste. Me levem a um restaurante e comprovem que não vou mais reclamar do lugar de sentar. Prometo.

Trying to be a better person. :-)

3 comentários:

taste it disse...

Adorei o que vc escreveu!
E concordo plenamente..
um exemplo disso é na cozinha.. lá por si só já é um lugar de stress.. e qdo há brigas.. tudo piora e nada sai bem...
O sabor não é o mesmo..
para ter um bom sabor.. temos que estar bem com tudo...
beijinhoss!

Jonas disse...

O salgado da tia é bom sim, sabor presente! Ela é triste sim, mas ela deve gostar de sofrer(pelo visto) então na verdade o sofrimento dá um tempero especial aos salgados :D Ah e ela nunca mais apareceu, não sei por que, deve ter encontrado a felicidade e foi feliz para sempre :D

Unknown disse...

Hello, parabéns!
Seu blog me dá fome(isso é um elogio)! rs
também gosto do jeito solto que você escreve das pausas para comentário.
Parece que vc pára e degusta o que está escrevendo, sabe?

é isso..

bjos